terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Record News ganha sobrevida, mas segue próxima da extinção

No inicio desta semana, rumores davam conta da extinção da Record News, canal de notícias integrante do mesmo grupo onde a Record está presente.

Os rumores eram tão grandes que até um dia já foi escolhido para o encerramento das suas operações: 31 de janeiro, terça-feira.

Porém, no mesmo dia, a Record enviou um comunicado onde desmentiu todos esses rumores, dizendo que a RecNews irá transmitir as Olimpíadas de Londres, que irão ocorrer no segundo semestre, e afirmando, principalmente, que a emissora tem índices de faturamento e audiência razoáveis em todo o país.

Aliás, os motivos, para que alguns diretores da Record quisessem o fim da Record News, eram, justamente, o faturamento, ínfimo, e a audiência, traço geral, as vezes até dando 0.

“Como todos sabemos”, a Record News estreou no dia 27 de dezembro, sucedendo a Rede Mulher em boa parte do país.

A RecNews leva a alcunha de “o 1º canal da TV aberta com notícias 24 horas”.

A ideia surgiu em 2006, com o objetivo de fortalecer o telejornalismo, realizar novas experiências na área e buscar novos talentos para a "emissora-mãe". O motivo pela escolha de entrar no lugar da Rede Mulher, foi a alta penetração da tradicional emissora feminina no país. Durante a “fase de montagem”, alguns executivos da Record foram conhecer a estrutura de uma “pequena” emissora chamada CNN, que faz um certo sucesso em todo o mundo, enquanto isso, a Record montou grandes estruturas em todo o país e adotou uma cartilha do telejornalismo regional, submetendo suas afiliadas a novas regras, como, por exemplo, a padronização dos jornais locais: Praça no Ar, nas manhãs, e Praça Record, durante a noite. O processo, atualmente, ainda se encontra em transição, pois algumas afiliadas relutam em aceitar as novas normas, e algumas dessas afiliadas deixaram a Rede Record.

Numa entrevista ao Portal Imprensa, Alexandre Raposo, presidente da Record, e um dos homens de confiança do seu Edir, disse que a Record News seria, e é, um meio de tirar proveito dos noticiários da emissora-mãe(ou seja, as várias reprises de notícias nas reedições do Jornal da Record), fortalecer a marca “Record”, aumentar as possibilidades de crescimento e atingir um público mais qualificado(contra outra, vai), resultando em um bom faturamento(o que não vem acontecendo, daí, o desejo da exinção da RecNews).

A Record News foi inaugurada com uma cerimônia, comandada por Celso Freitas e, que contou com as presenças do (então) presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do (então) governador do estado de São Paulo, e atualmente pré-candidato à prefeitura, José Serra, do prefeito da cidade de São Paulo, e atual candidato à reeleição, Gilberto Kassab, do (já citado) presidente da Record, Alexandre Raposo, e Edir Macedo, ele mesmo. Fafá de Belém encerrou a cerimônia cantando a música mais esquecida por todos nós brasileiros (não é Vanusa?), o Hino Nacional Brasileiro.

A RecNews foi alvo de mais dois capítulos daquela birrinha entre a Record e a Globo:

o primeiro é em relação à NET: além de obter maior cobertura em todo o país, a estratégia de usar o sinal da Rede Mulher também seria uma maneira de garantir a presença do canal na operadora que, lógico, pertence à Globo, pois os sábios da Record pensavam que como a NET já carregava a antiga emissora, no caso à Rede Mulher, a RecNews não iria enfrentar o, segundo eles, “monopólio” imposto pela Globo, com o apoio da Bandeirantes, que vetaria um concorrente da Globo News, menos o Band News, na operadora.

Mas, a NET soltou uma nota, na Folha de São Paulo, dizendo que não é obrigada a distribuir a Rede Mulher em cidades como São Paulo e Rio, onde a emissora tem apenas retransmissoras" e, como o "contrato é (ou era) para distribuir a programação da Rede Mulher", um novo conteúdo, no caso a Record News, exigiria nova negociação com a NET (que vetaria o canal, mantendo a Globo News e o Band News como únicos canais de notícias em português disponíveis a seus assinantes).

Outra polêmica foi em relação a Record operar dois canais de TV aberta em São Paulo, com direito a ida do vice-presidente de relações institucionais das Organizações Globo, Evandro Guimarães, à Brasília para denunciar a Record às autoridades, inclusive o (então) ministro das comunicações, Hélio Costa. A reclamação também foi feita pela Band. Porém, Hélio disse que está isento desse assunto e que é imparcial, pois não há irregularidade no caso. A Record aproveitou para exibir no Jornal da Record, e suas várias re-edições durante a programação, e na, recém inaugurada na época, Record News um editorial de protesto contra Globo e Band, porém a Globo que foi duramente criticada, só que no mesmo comunicado, a Record noticiou que o Grupo Bandeirantes operava dois canais de São Paulo (a própria Band e, na época a PlayTV), mas ignorou que por causa de razão social semelhante e que um grupo pode ter dois canais (um VHF e um UHF) é permitido por lei, desde que esse UHF tenha menor programação que o VHF (caso da RBS TV e da TVCOM).

Em 2008, a RecNews foi vista em Pelotas(RS) e Boa Vista(RR) por um curto espaço de tempo: na capital roraimense, a TV Caburaí retransmitiu o canal de notícias da Record por 3 meses, até voltar à Band; já no interior gaúcho, a TV Nativa retransmitiu a RecNews por um mês, até ingressar na rede da emissora-mãe.

Em 2009, a Record News entrou e saiu do canal 2 de Palmas rapidamente, no seu lugar está a Rede 21, da Band, e as 22 horas alugadas à Igreja Mundial, concorrente da IURD.

Depois de 2 anos, a NET interrompe a exibição da Record News, que estava no canal 93, ainda não se sabe quando o canal vai voltar.

A RecNews transmitiu com a emissora-mãe os seguintes eventos esportivos:

E irá transmitir as Olimpíadas de 2012, em Londres, o que garantiu, por enquanto, a sobrevida do canal de notícias.

Mas, a RecNews ainda está próxima do seu fim que, se não acontecer quando o mundo acabar no fim do ano, pode acontecer em 2013, ano em que a Record completa seus 60 anos.

Para continuar, a RecNews precisa investir em pessoal próprio, reportagens próprias, reduzir as reprises de programas, jornais e reportagens da Record a menos da metade, beirando 0% da grade, excluir os infomerciais, os terceirizados, tirar a IURD da grade, aumentar a cobertura, acabar com esse conto da carochinha de “primeiro canal de notícias da TV aberta”, já que também está na TV a cabo, enfim, um sacode geral para ser uma emissora mais forte, mais dinâmica, mais assistida por todos, e, porque não, uma emissora mais independente da emissora-mãe, no caso, a Record.

Porém, se tudo continuar como está, de 2013 não passará.



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